A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenação de Saúde Mental, realizou nos dias 24 e 25 de novembro, uma capacitação com os profissionais que trabalham em serviços e programas que atendem crianças e adolescentes no município. A atividade, realizada no Polo de Educação Permanente em Saúde, faz parte do projeto de educação permanente “Percursos Formativos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em Vitória da Conquista.
Durante o encontro, foram trabalhados temas relacionados à psicopatologia na infância e na adolescência. Profissionais da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social do município puderam trocar experiências e adquirir conhecimentos para promover uma melhor articulação dos diversos setores que lidam direta ou indiretamente com esta faixa etária.
De acordo com o supervisor e palestrante, o psiquiatra da infância e adolescência, Dr. Miguel Angelo Boarati, quando se trabalha com infância e adolescência essa integração de todos os setores dos serviços públicos e da sociedade civil é fundamental. “Às vezes, o que falta em um setor você pode conseguir em outro. Por isso, é necessário promover essa integração porque são formações diferentes que precisam convergir para o mesmo objetivo, que é o bem-estar dessas crianças e adolescentes e dos seus familiares”.
A conselheira tutelar, Jocione Fonseca, que atua na zona rural do município, considera que a promoção desse tipo de encontro é essencial para toda a rede, inclusive para o Conselho Tutelar que zela pelos direitos infantojuvenis. “Quando surge no Conselho uma criança ou um adolescente nestas situações que estão sendo abordadas aqui nós precisamos saber como lidar. E com esse conhecimento, saberemos para onde encaminhá-los: se para o Caps IA, se para a unidade de saúde ou se para qualquer outro setor dessa rede”.
As situações que envolvem crianças e adolescentes podem ser inúmeras e acontecer nos diversos setores dos serviços. É o que destaca a coordenadora pedagógica da Educação Especial, Janaína Alves. Ela considera de fundamental importância a articulação intersetorial na perspectiva do conhecimento dos transtornos mentais: “Hoje, nós temos uma demanda muito grande de alunos que apresentam transtornos mentais e o professor, por vezes, pode não conseguir ter essa compreensão macro da situação”, afirmou.
A coordenadora pedagógica lembrou ainda: “Até este ano, não havia tido a preocupação acerca dessa interação para que pudéssemos utilizar os outros serviços da rede. Muitas vezes, esse aluno que temos na escola tem acesso aos serviços mas não tem essa articulação. E será essa parceria entre a Educação, Saúde e Desenvolvimento Social a promover isso”.