Um paciente com esquizofrenia possui dificuldade em distinguir o que é real do que não é e por vezes isso pode se intensificar a ponto de ocorrerem surtos. A duração destes costuma variar de acordo com diversos fatores, podendo ser de dias, semanas, meses ou até mais longos. Nos casos mais graves, o paciente acaba permanecendo em crise.
“Isso é variável, depende do indivíduo, do tipo de esquizofrenia, da existência de comorbidade com outros transtornos, como uso de álcool e outras drogas, e se é um primeiro surto ou mais um episódio de uma série de surtos recorrentes. Quando o paciente não possui adesão adequada ao tratamento, os surtos são mais frequentes, mais intensos e duradouros”, avalia o psiquiatra Miguel Angelo Boarati.
Importância do tratamento para esquizofrenia para evitar os surtos
O médico afirma que estressores ambientais, como o luto por perdas de pessoas próximas, também podem provocar novos surtos. Segundo ele, a chave para lidar com o problema é investir no tratamento com medicação pois isso irá prevenir novas crises, diminuir o risco de agravamento da doença ao longo da vida e melhorar o prognóstico.
No entanto, mesmo os pacientes que seguem à risca o tratamento correto podem apresentar recaídas. Isso ocorre porque alguns quadros evoluem de forma mais negativa, assim como em outras doenças (câncer, diabetes, pressão alta), o que pode descompensar mesmo que o paciente esteja fazendo o tratamento corretamente. “Mas certamente as recaídas serão menos intensas e frequentes”.
Paciente com esquizofrenia precisa ser avaliado por um especialista após um surto
Quando os surtos de esquizofrenia acontecem, o procedimento recomendado pelo Dr. Miguel é levar o paciente rapidamente para ser avaliado pelo médico. “Assim será possível verificar a gravidade do quadro, assim como os fatores envolvidos no desenvolvimento daquela crise, e realizar ajustes necessários, como o aumento de dose da medicação, associações de medicações ou trocas”.