A agorafobia é um distúrbio de ansiedade em que uma pessoa sente medo de lugares com muitas pessoas ou de lugares que possam dificultar fugas ou o atendimento médico, caso tenha um ataque de pânico ou sintomas semelhantes. Normalmente, o problema está associado à ocorrência de crises de pânico e o paciente começa a temer novos episódios repentinos e não conseguir sair do lugar em que estiver no momento. O psiquiatra Miguel Angelo Boarati e a psicóloga Lilian Boarati explicam as principais características da condição.
Agorafobia: sintomas vão de taquicardia a formigamento
“Ansiedade súbita e medo intenso, associados a sintomas como taquicardia, suor frio, sensação de perda de controle e formigamento nas extremidades do corpo são os sintomas da agorafobia”, afirma o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. Náuseas e falta de ar também são comuns. Algumas pessoas acabam se desesperando subitamente ao perceberem que estão fora da zona de conforto, ou seja, longe de locais seguros, como o próprio lar, e passam a sair menos de casa.
Prestar atenção aos sintomas é importante para identificar possíveis casos de agorafobia, já que as crises podem acontecer tanto em locais fechados, como trens, metrôs, ônibus e túneis, quanto em locais mais abertos, mas cheios de pessoas, como ruas, praças e shopping centers, de acordo com o médico. Há quadros mais leves, mas alguns casos podem comprometer bastante a rotina, fazendo com que o paciente faça alterações drásticas para evitar certas situações.
Tratamento da agorafobia envolve medicamentos e terapia
A agorafobia precisa ser tratada por um especialista, que poderá prescrever medicações, como antidepressivos e calmantes, e indicar a realização de terapias. Segundo a psicóloga Lilian Boarati, a proposta da terapia comportamental é, primeiramente, analisar os comportamentos relacionados ao transtorno, como esquiva e fuga de situações geradoras de pânico e, a partir daí, propor um tratamento eficaz, de exposição imaginária e real às situações que geram ansiedade, pânico e sofrimento.
“O terapeuta ensina ao portador estratégias de enfrentamento, como a respiração diafragmática e a percepção de riscos reais na situação vivida. A terapia comportamental também auxilia o portador a discriminar suas habilidades pessoais para facilitar as exposições, uma vez que é comum os pacientes acreditarem não saber como agir nas situações temidas”, explica a psicóloga.