Inúmeros estudos mostram a repercussão da pandemia na saúde mental de crianças e adolescentes. Só na cidade de São Paulo, os casos de depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes aumentaram 120% entre 2018 e 2021. Segundo especialistas espanhóis, crianças que foram obrigadas a ficar de quarentena têm pontuações médias de estresse pós-traumático quatro vezes maiores do que aquelas que não foram expostas.
Nesse momento de retomada, de retorno às aulas e aos encontros presenciais, surgiu o termo “síndrome da gaiola”, cunhado inicialmente pelo psiquiatra da infância e adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria, Gabriel Lopes. É como os especialistas estão chamando a dificuldade de crianças e adolescentes em socializar e sair de casa depois do período de isolamento social. Muitas se recusam, inclusive, a sair do próprio quarto e não interagem mais com a família.
Até onde essa dificuldade é característica da própria adolescência e até onde é um sintoma que deve ser pesquisado? Qual a diferença entre acomodação e preguiça e o pânico de voltar à convivência social? O que os pais e cuidadores podem fazer para se aproximar de seus filhos e ajudá-los nesse momento?
No episódio de hoje do podcast do Bem Estar, Michelle Loreto conversa com o psiquiatra da infância e adolescência, Miguel Boarati, e com Mariana Kotscho, jornalista, mãe de três filhos adolescentes e parceira do Bem Estar especializada em relações familiares.