O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que apresenta algumas características que os pais precisam ficar atentos. Muitos pais e familiares ficaram preocupados quando percebem alguns sinais, mas é preciso conhecê-los para não se confundir.
Além disso, mesmo que seu filho seja autista, isso não significa que ele está impedido de ter uma vida plena. Ele poderá ir para a escola, ter amigos, basta ter a avaliação e o acompanhamento adequado para que ele consiga se desenvolver dentro das limitações que estão impostas.
Os autistas não são todos iguais, assim como as pessoas não são todas iguais e ter o diagnóstico precoce baseado na avaliação de aspectos falhos do desenvolvimento, possibilita que intervenções adequadas possam ser realizadas com melhores resultados.
Quais são as causas do autismo que os pais precisam saber
Ainda não se tem total certeza sobre as causas conhecidas do autismo, mas estudos mostram que existem evidências que a predisposição genética é um dos fatores. Além disso, muito se fala também da influência de infecções durante a gravidez e até mesmo fatores ambientais, como a poluição, por exemplo.
Diferente de algumas síndromes genéticas, como a síndrome de Down, por exemplo, não há uma causa única
Conheça 5 sinais do autismo que você precisa identificar
Antes de tudo, é importante saber que os primeiros sinais de autismo podem aparecer entre um e três anos de idade. Mesmo assim, existem casos em que o transtorno só é identificado anos mais tarde, até mesmo quando a pessoa já atingiu a pessoa adulta.
Geralmente os pais vão começar a perceber o autismo leve quando a criança começa a frequentar a escola, os professores também podem ajudar com essa identificação. A seguir, veja 5 sinais que podem te ajudar a identificar o TEA.
Criança fica assustada facilmente com sons
É comum que as crianças tenham reações adversas aos sons altos. Algumas ficam surpresas e até se assustam na hora, outras podem até mesmo não se incomodar tanto. Mas crianças com TEA se sentem muito mais incomodadas com sons altos, se assustando com facilidade ou até ficam agitadas.
E não precisa ser um som muito alto, como se fosse um show ou balada. Crianças com autismo podem ficar incomodadas em um ambiente em que a conversa entre adultos seja alta e muito animada ou em uma festa de aniversário.
Dificuldades de fala e linguagem pode ser uma forma de identificar se seu filho tem autismo
Crianças com espectro autista também contam com dificuldade de fala e linguagem.
Algumas vezes começam a falar mais tarde ou não conseguem utilizar a linguagem de forma adequada para compreender ou se expressar adequadamente.
Porém, não é porque o filho de uma amiga começou a falar mais cedo que o seu vai começar na mesma época. Existem algumas variações nesse aspecto e alguns atrasos podem ocorrer, sem que necessariamente a criança possua o TEA.
Crianças que tiveram pouco estímulo podem atrasar o desenvolvimento da fala ou da linguagem.
Existem também outras patologias que cursam com atraso da fala como apraxia da fala
Fique atento aos sinais onde a criança não apresenta qualquer sinal de intenção comunicativa como balbuciar ou emitir sons para chamar a atenção.
O fonoaudiólogo especialista em desenvolvimento e linguagem é o profissional indicado para avaliar o atraso da fala, linguagem e comunicação e pode fazer o diagnóstico diferencial e iniciar a intervenção adequada.
Dificuldade em reconhecer expressões faciais
Conforme a criança vai se desenvolvendo, é comum ela sorrir mais para as pessoas, principalmente quando brincam com ela, além do contato visual acontecer com mais frequência também. Crianças com TEA demonstram pouca ou nenhuma reação às expressões faciais. Além disso, elas possuem dificuldade em reconhecer as emoções em expressões faciais e a intenção das outras pessoas, não conseguindo antecipar comportamentos. Isso fica mais evidente na medida em que a criança cresce.
Dessa forma, ela não consegue se comunicar e se relacionar com o outro.
Pouco interesse em interagir
Outro ponto que chama bastante a atenção é que a criança pode interagir pouco ou nem interage, seja com os pais, familiares ou objetos à sua volta. Então, enquanto outras crianças procuram interagir, apontam, tentam falar, observam tudo, a criança autista não demonstra um nível normal de curiosidade. Algumas vezes são capazes de ficar horas fechadas em si, não observando nada do que acontece ao seu redor.
É preciso que os pais prestem muita atenção a isso, pois muitos podem confundir esse comportamento como tristeza ou timidez. Crianças tímidas podem ter dificuldades em interação social, mas não por não terem interesse no contato, mas pela ansiedade que essa aproximação gera nelas diferentemente de crianças com TEA.
Reações a estímulos sensoriais
Estímulos sensoriais, como sons, movimentos, sabores, visões e cheiros podem causar uma reação exagerada na criança autista, ou nenhuma reação, isso vai depender de cada caso. Mas quando há má combinação desses estímulos, pode ser um gatilho complicado para a criança.
Essa dificuldade está relacionada a dificuldades na integração sensorial, ou seja, em receber e assimilar os estímulos do ambiente, sejam eles auditivos, táteis e gustativos. É por essa razão que as crianças autistas se sentem incomodadas em locais com muitos estímulos, pois elas possuem um “filtro” adequado para processar todas essas informações e integrá-las.
Se você ainda não assistiu a série da Netflix “Uma advogada extraordinária” sugiro que assista. A personagem principal é uma jovem adulta com espectro autista que se sente muito incomodada com o toque, como abraços, por exemplo. Além disso, também tem sensibilidade com sons muito altos. Esses são só alguns exemplos, mas vale assistir a série para entender mais.
Outro ponto é que a criança também pode não demonstrar reação nenhuma, o que também pode ser um sinal. Se você oferece um brinquedo que pode ser sensorial e mesmo assim a criança não reagir a esse estímulo, vale ficar atento.
Agora que você já conhece alguns dos sinais e acha que seu filho ou filha possa ser autista, não deixe de consultar o médico. O acompanhamento nessa fase é fundamental e ajuda tanto a criança quanto aos pais e familiares.