Santa Casa de Misericórdia abre, em agosto, serviço inédito. Pais também serão atendidos
Rio – Atendimento especializado, gratuito e com profissionais de ponta para crianças com autismo. O serviço de psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro está com inscrições abertas para receber pessoas de 3 a 12 anos de idade com o transtorno. O tratamento começa em agosto.
Psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e médicos farão o cuidado. Pequenos de 3 a 6 anos terão atendimento individual. A novidade é que os responsáveis também participarão. A ideia é que eles aprendam técnicas de estímulo para fazer com as crianças, fora do ambiente hospitalar. Haverá ainda oportunidade de os pais conversarem com outros responsáveis que passam pela situação.
Segundo Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, para as crianças entre 7 e 12 anos o atendimento será em grupo, a fim de desenvolver as habilidades sociais neles. “Teremos algo de referência na Santa Casa. Os profissionais aplicarão o que há de mais moderno no tratamento do autismo”, explica.
Após a inscrição, no final de julho, os profissionais avaliarão as crianças e vão selecionar aquelas que se encaixam no perfil do serviço. Este ano, o atendimento não inclui pequenos com retardo mental, mas, segundo o psiquiatra, esse grupo será tratado no futuro.
Como saber se o seu filho precisa de ajuda? Algumas atitudes podem ser indícios de que é preciso procurar tratamento especializado. Segundo Barbirato, para crianças de até seis meses, um sintoma é não apresentar expressão de alegria. Para pequenos com um ano e quatro meses, um sinal pode ser não falar nenhuma palavra.
“Em crianças mais velhas, temos o isolamento social, passividade diante dos outros e abreviação de frases”, declara. Há ainda a repetição incessante de movimentos, rotinas e incômodo diante de mudanças.
Para se inscrever
O tratamento dura até o fim do ano. Serão 35 vagas para crianças de até 6 anos e 40 vagas para pequenos de 6 a 12 anos. Inscrição: 2533-0118 e 2221-4896 (das 14h às 17h).
Problema afeta mais os meninos
Em meninos e meninas, os sintomas são os mesmos, mas o transtorno afeta mais crianças do sexo masculino, segundo Miguel Angelo Boarati, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O diagnóstico precoce permite que sejam trabalhadas as falhas de comunicação e de habilidades sociais desde muito cedo. “O ideal é que se diagnostique antes dos três anos”.
Teste
Alguns sinais indicam o transtorno
A criança se interessa por bebês ou por outras crianças?
a) Sim
b) Não
Seu filho costuma apontar com o dedo para alguma coisa que esteja longe indicando interesse (ou para que um adulto olhe?
a) Sim
b) Não
Costuma trazer objetos para mostrar?
a) Sim
b) Não
Tem o hábito de imitar outras pessoas?
a) Sim
b) Não
A criança olha para você quando você a chama pelo próprio nome?
a) Sim
b) Não
Se um adulto apontar para um brinquedo na sala, a criança olha para o objeto?
a) Sim
b) Não
A criança costuma fingir que abraça uma boneca, que alimenta um animal ou finge outras coisas?
a) Sim
b) Não
RESULTADO: A partir de 3 letras B, é necessário passar pela avaliação de um médico. Somente um profissional pode dar o diagnóstico.