Depressão das Festas de Fim de Ano

O final do ano é marcado por comemorações e fechamentos de ciclos onde todas as pessoas em todo o mundo se mobiliza para tentar encerrar um período significativo de sua vida, tentando iniciar o próximo ano com tudo (ou pelo menos quase tudo) resolvido ou pelo menos encaminhado.


Apesar de ser uma virada na folhinha do calendário e de que muita coisa não mudará totalmente, existe uma crença popular de que tudo o que ficou no ano anterior deverá estar resolvido para que se comece o ano com tudo novo, com novas possibilidades e novos desafios.


É um momento de reflexão e de introspecção, onde somos chamados a refletir sobre a passagem do tempo e de como isso influencia em nossa vida. Somo lembrados de que a vida é finita e que algumas coisas não teremos tempo para realizar.


Essa e outras reflexões podem trazer para muitas pessoas um sentimento de angústia e vazio que poderá evoluir com a chamada “Depressão das Festas de Fim de Ano”. Isso acontece em parte porque percebemos que muitas das promessas de ano novo que fizemos na virada do ano anterior não foram cumpridas e algumas nem sequer saíram do papel. Também percebemos que o tempo está passando e nos lembramos que teremos cada vez menos tempo para realizar planos e projetos que estamos adiando ao longo de todo o ano. Algumas vezes queremos realizar em poucos dias algo que passamos o ano inteiro procrastinando.


Esse sentimento de angústia que ocorre principalmente em que já viveu a maior parte da vida e que não terá mais o mesmo para viver, faz com que nos deparemos com a aproximação do fim que a cada ano que passa fica mais próximo.


Porém, mesmo que sejamos forçados nessa época do ano a refletir sobre nossa existência, esse momento não deveria ser de tristeza, mas sim de pensar. É verdade que teremos menos tempo do que tínhamos há exato um ano, mas nesse ano que vivemos aprendemos coisas, experimentamos sensações e criamos laços que não tínhamos um ano antes.


Alguns projetos antigos que ainda não realizamos precisarão ganhar corpo e serem realizados ou precisarão ser modificados ou abandonados, até porque muitos deles depois de algum tempo já não tem mais sentido para nós.


Precisamos aproveitar esse momento de fim de ano onde somos chamados a essa reflexão para pensar se estamos no emprego que desejamos, no casamento que queremos, se estamos cuidando do nosso
corpo, da nossa mente e do nosso espiritual.


É verdade que algumas pessoas estão realmente deprimidas e precisam buscar ajuda especializada de psicólogos e psiquiatras para receber a ajuda necessária para realizarem o tratamento adequado.


No entanto, a grande maioria das pessoas que sofre com as festas de fim de ano não estão necessariamente doentes, mas apenas afetadas por esse momento de introspecção e estão recebendo um convite especial para pensarem nas suas vidas, reverem suas escolhas e avaliarem quais os caminhos que desejariam tomar.


Vivemos ao longo do ano trabalhando, cercado de obrigações e prazos a serem cumpridos onde não paramos sequer nem um minuto para indagarmos sobre o destino que estamos dando para nossas vidas.
Precisamos trazer essa reflexão da vida para cada um dos 365 dias do ano em estaremos mergulhados em nossos compromissos para que não cheguemos no final com a sensação de não termos escutado nossa voz interna que nos pede mudanças e novas direções.


A cada minuto que vivemos estaremos mais próximos do último dia de nossas vidas e isso não acontece somente no último minuto do dia 31 de dezembro. Por essa razão, precisamos viver todos os momentos como únicos, buscando sentido em nossas escolhas, nos encontros que propusemos a ter e nos projetos que investimos nossa energia.

A vida é única e o nosso maior dom. Não existe nada mais importante para cada um de nós do que a nossa própria existência. Grandes mudanças surgem de pequenos atos que fazemos a cada momento em
que acordamos e estamos no mundo.


Por isso não devemos desperdiçar nenhum momento em nossa existência. Precisamos do momento para o encontro, para a reflexão, para o descanso, para a ação. Cada momento é único e essencial.
Pensando e agindo dessa maneira ao longo de todo o ano provavelmente não sofreremos da “Depressão das Festas de Fim de Ano”

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