Por mais que um paciente com depressão esteja realizando tratamento, isso não garante a ele isenção dos riscos de sofrer uma recaída. Esta possibilidade vai sempre existir, mas normalmente quem segue as orientações médicas à risca diminui bastante as chances. Por outro lado, não seguir o tratamento da maneira adequada é o que mais dá margem para as recaídas.
Importância do tratamento para evitar recaídas
“Garantir a adesão aos tratamentos e à psicoeducação (trabalhar o conhecimento do paciente sobre a doença) é fundamental no processo de evitar a recaída. Existem casos que não há indicação de tratamento farmacológico, apenas psicoterapia, então tudo depende do caso. Entretanto, quando é exigida a associação de antidepressivo, certamente a boa aderência, com reavaliações periódicas do psiquiatra e ajuste da medicação, faz toda a diferença no tratamento”, afirma o psiquiatra Miguel Ângelo Boarati.
Outra forma essencial para evitar recaídas é contar com um profissional que esteja constantemente acompanhando e avaliando o desempenho do paciente no tratamento. “É importante avaliar como o quadro está evoluindo, se houve redução e posterior remissão dos sintomas depressivos, se o paciente retornou ao seu funcionamento basal e se ele apresenta uma boa qualidade de vida”.
Recaídas podem tornar tratamento contra depressão mais difícil
Conforme explica o médico, evitar as recaídas é importante também pelo fato delas tornarem os quadros mais difíceis de tratar, com maiores chances de desenvolver a refratariedade. “Hoje o que se busca não é apenas a melhora clínica, mas a remissão dos sintomas de forma total, com retomada de um funcionamento geral pré-crise. Isso garante uma menor chance de recaídas e um quadro menos grave”.