Por mais que o tratamento padrão da depressão se baseie em psicoterapia e uso de medicamento específico (antidepressivo), outros métodos também devem ser estimulados como complementos do processo de recuperação. Sair de casa e movimentar o corpo, por exemplo, são opções muito importantes para evitar os males do isolamento e do sedentarismo.
“Primeiramente, o paciente deve entender que está doente e que precisará fazer tudo o que for necessário e indicado para o tratamento. A resistência pode acontecer, mas precisa ser superada. Buscar atividades prazerosas (esporte, arte, lazer), ter satisfação no trabalho e cultivar bons relacionamentos são coisas fundamentais. Contar com o apoio familiar e com bons profissionais no cuidado de si também é essencial”, afirma o psiquiatra Miguel Angelo Boarati.
Exercícios e acompanhamento de educador físico no tratamento da depressão
Em relação à prática de atividades físicas, o médico explica que deve haver prazer envolvido para que o paciente não encare aquilo somente como um tratamento. Ele destaca que os exercícios devem sempre vir acompanhados por alimentação correta e boas horas de sono, executados da maneira sem exageros.
A presença de um educador físico poderá ser bastante útil nesse processo, já que ele saberá indicar bons exercícios equilibrados e poderá atuar também como motivador, trabalhando a vontade, o desejo e a busca do paciente pelo seu próprio bem estar. “Esse é um importante tratamento complementar na depressão e em outros transtornos mentais, visto que apresenta maior nível de evidência científica, com muitos estudos sendo publicados”.
Como médicos devem convencer pacientes a seguirem tratamento contra depressão?
Segundo o psiquiatra, para que um médico convença um paciente com depressão a realizar tais atividades importantes para o tratamento do transtorno, é preciso paciência e, principalmente, acreditar no que está falando. “O poder do convencimento está mais no exemplo do que em palavras. Não temos o poder de mudar o outro se ele não quiser, mas muitas vezes o paciente precisa apenas de um direcionamento e palavras assertivas, com base em ciência e também testadas pelo próprio médico”.