Os estilos parentais são definidos como o conjunto de atitudes e práticas dos pais em relação aos filhos que caracteriza a natureza da interação entre eles. Estão diretamente relacionadas à forma como os pais desenvolvem o processo de educação dos filhos.
As práticas parentais envolvem técnicas utilizadas pelos pais em situações específicas de interação com os filhos.
O conceito de estilos parentais e suas classificações vem sendo estudado desde a década de 1930 por diversos cientistas, no entanto, foi o modelo da cientista Diana Baumrind, em 1966, que consolidou esse conceito, baseado em aspectos emocionais e comportamentais.
Inicialmente, Diana Baumrind propôs em três tipos de estilos parentais: autoritativo, autoritário e permissivo, no entanto, com o passar do tempo e novos estudos sociais baseados na observação do comportamento entre pais e filhos, os estilos parentais ganharam novas denominações.
Atualmente, os estilos parentais podem ser classificados como: estilo autoritário, estilo autoritativo (democrático), estilo negligente e estilo indulgente (permissivo), entenda cada um deles e identifique qual o estilo parental que você adota na sua família.
Estilo autoritativo (democrático)
Caracterizado por grande exigência e responsividade por parte dos pais, que estabelecem regras para o comportamento de seus filhos, monitoram a sua conduta, corrigem atitudes negativas e valorizam atitudes positivas, através do reforço positivo.
A disciplina é imposta de forma indutiva e a comunicação entre pais e filhos é baseada no respeito mútuo e no diálogo. Os pais solicitam as opiniões dos filhos, encorajando-os a tomar decisões e esperam que seus filhos sejam responsáveis e maduros.
Os pais são afetuosos e respondem às necessidades dos filhos, enfatizam a individualidade criança, mas nas divergências impõem seu controle e restrições, não pautando as decisões por consenso ou desejos da criança. Há respeito a opinião e desejo da criança, mas entendem que a autoridade está com eles e não com a criança. São pais que promovem a autonomia, mas sob supervisão e dando consequências às atitudes da criança.
Crianças crescem seguras do amor dos pais e daquilo que se espera delas. São, autoconfiantes, autocontroladas, afirmativas, exploradoras e satisfeitas.
Estilo autoritário
Caracterizado por alto e excessivo controle e baixa responsividade por parte dos pais, que são autoritários, rígidos e autocráticos, estabelecendo regras rigorosas. O comportamento da criança é avaliado segundo as regras de conduta estabelecidas. Exigem obediência, respeito à autoridade e à ordem acima de qualquer coisa. Os pais são colocados como figuras que nunca devem ser questionadas.
O estilo parental autoritário emprega a punição como forma de controle do comportamento e não acata os questionamentos e opiniões das crianças, não valorizam o diálogo nem a autonomia. Há poucas manifestações de afeto e de relacionamento pessoal.
Esse estilo parental sempre foi utilizado no passado e gera maiores chances de conflitos, principalmente quando os filhos chegam na adolescência, havendo menores chances para o diálogo e a relação de proximidade.
Estilo indulgente (permissivo)
Caracterizado pelo baixo controle e alta responsividade dos pais, que não estabelecem regras, nem limites, para a criança. Impondo poucas demandas de responsabilidade e maturidade.
Enfatiza a auto expressão e autorregulação dos filhos com pouca exigência e permissão para que os filhos monitorem suas próprias atividades. Os pais, consultam os filhos sobre decisões, inclusive aquelas que deveriam ser regras a serem cumpridas (como a hora de dormir ou o tempo de uso dos eletrônicos).
Pais são carinhosos, não controladores e não exigentes. Também são excessivamente tolerantes e raramente dão consequências aos maus comportamentos dos filhos. Tendem a tentar satisfazer todos os desejos e vontades dos filhos e não conseguem percebê-los sofrendo.
Estilo negligente
Caracterizado pelo baixo controle e responsividade por parte dos pais, que são negligentes, não são nem afetivos, nem exigentes, tendendo a manter seus filhos à distância e respondendo somente às suas necessidades básicas.
Tendem a “tercerizar” os cuidados dos filhos aos outros (babás, avós, professores e terapeutas).
São permissivos e indiferentes, mais centrados em seus próprios interesses (egocêntricos), o que os faz responder às demandas das crianças de forma imediata para que não os perturbem. Pais negligentes não supervisionam e não apoiam as crianças.
É um estilo parental que ganhou muita expressão nos dias atuais.
Impacto dos estilos parentais na educação dos filhos
Os estilos parentais podem gerar grande impacto na forma como as crianças crescem e se desenvolvem ao longo da vida.
Alguns estilos parentais, como o estilo autoritativo (democrático), permitem que pais e filhos construam uma relação forte, com laços genuínos, que incentivam o amadurecimento saudável ao longo da vida das crianças.
Diversas pesquisas demonstram haver uma relação direta entre crianças, com laços fortes com seus pais e um baixo índice de problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.
No entanto, alguns estilos parentais, como o negligente, permissivo e o autoritário, podem causar um efeito profundamente negativo no desenvolvimento de uma criança devido às suas características menos afetivas e pautadas na falta de diálogo e respeito mútuo.
Filhos criados por pais negligentes e autoritários têm uma probabilidade maior de apresentar problemas de confiança, problemas comportamentais e de ter um baixo desempenho escolar.
Filhos de pais autoritários também crescem descontentes, retraídos e desconfiados. Já os filhos de pais permissivos se tornam crianças imaturas, com pouco autocontrole e pouca curiosidade exploratória
Ao escolher o estilo parental que deseja adotar, é aconselhável que você considere o impacto que isso terá sobre seus filhos, conforme eles crescem e se desenvolvem. Embora seja importante escolher um estilo parental adequado com o que você acredita, é importante garantir que seu filho possa formar laços fortes com você, que contribuíram para o desenvolvimento da sua família.
Qual o melhor estilo parental a ser adotado?
De todos os estilos parentais, a criação autoritativa (democrática) provou ter o melhor efeito nas crianças e isso foi provado pela cientista Diana Baumrind, por meio de pesquisas observacionais em famílias que adotaram esse estilo de educação.
É modelo mais efetivo de parentalidade, pois possibilita que vínculo de confiança e sentimento de segurança se mantenha. A criança cresce se sentindo protegida e ciente da necessidade do limite que os pais impõe.
As pesquisas revelam que a combinação de orientação, apoio e regras estabelecidas, são elementos fortes que permitem que uma criança cresça de forma saudável. Ela entende o que se espera delas (comandos claros e consistentes) e entende que sempre haverá consequências a diferentes formas de agir e de se comportar. Fica mais claro que a criança possa assumir para si a regra que está sendo estabelecida, adotando-a como parte do seu repertório comportamental.
Filhos criados com o estilo parental autoritativo têm uma maior probabilidade de obter sucesso acadêmico, além de êxito em sua carreira.
Com a criação autoritativa, a criança se sente acolhida e amada, o que ajudará com sua confiança e autoestima à medida que crescem e se desenvolvem.