O transtorno bipolar é caracterizado pela presença de duas fases opostas, a mania e a depressão. A segunda, mais comumente conhecida, consiste em um estado de tristeza, prostração, desesperança e desânimo. Por outro lado, a mania é um estado de euforia exacerbada. A mudança de humor característica do quadro costuma ocorrer de forma alternada.
Características da mania
“O estado de mania se caracteriza por uma mudança abrupta no humor, o qual subitamente se torna expansivo, elevado ou irritado. É importante que haja outros sintomas, como sentimento de grandiosidade e poder, redução da necessidade do sono, aumento da atividade física (fazer várias coisas) e mental (ter mais ideias, pensamentos), para definir a mania”, aponta o psiquiatra Miguel Angelo Boarati.
Segundo o especialista, na mania o indivíduo começa a se dedicar a atividades prazerosas sem medir consequência dos riscos (ex: envolve-se com pessoas perigosas, gasta mais do que pode e briga por quaisquer motivos). “Em casos extremos, ocorre perda da capacidade de julgamento crítico e sintomas psicóticos, como delírio de poder. O tempo mínimo com esses sintomas é de até uma semana, depois se torna necessária a internação psiquiátrica”.
Riscos das fases mania e depressão do transtorno bipolar
É na fase de mania que o paciente costuma tomar as atitudes de maior gravidade, em diferentes esferas (social, familiar, profissional). “A vida do indivíduo poderá ir para um colapso a cada crise de mania. Ele vai piorando mais e mais e pode até mesmo manter algumas sequelas emocionais e cognitivas quando for para a crise seguinte”.
Tanto a fase mania quanto a depressão são, de acordo com o psiquiatra, bastante graves, assim como o transtorno bipolar como um todo. “Na fase de depressão (polo oposto da mania), o paciente apresenta pensamentos mórbidos, tristeza, lentidão dos pensamentos e da capacidade de resolver problemas. Durante a depressão ou fase mista (mistura de mania e depressão), o paciente pode cometer suicídio”.