O que é?
O termo bullying parece ser relativamente novo, mas foi utilizado pela primeira vez pelo psicólogo sueco Dan Olweus, na década de 70, para caracterizar seus estudos sobre casos de violência nesse sentido. O Bullying sugere atos de violência física, verbal ou moral, que ocorrem de forma repetitiva e intencional contra um ou mais vítimas. No caso do bullying existe uma relação de desvantagem entre o causador do bullying (normalmente são pessoas mais fortes ou maior número) e a vítima do bullying (normalmente alguém com características físicas ou emocionais que denotam fragilidade).
O bullying se dá por meio do uso ofensivo do poder sobre o outro de maneira sutil, intencional, repetitiva e por período prolongado de tempo. Assim, constata-se que o bullying, além de assumir o comportamento de perseguição e intimidação ao indivíduo, associa-se, geralmente, a características individuais como idade, tamanho, porte físico, traços de personalidade, desenvolvimento emocional e formação de grupos de pessoas, na maioria das vezes, estudantes.
O fenômeno não é exclusividade das escolas e instituições de ensino, como muitos acreditam, ele ocorre em qualquer espaço onde haja contato interpessoal, como na família, no trabalho, no clube e em diversas outras atividades.
Como os casos de bullying tem crescido de forma relevante no Brasil e no mundo, e, principalmente, provocado consequências graves, psicológicas, físicas e até de suicídio, o assunto merece destaque como um problema de saúde e segurança pública e deve ser olhado com atenção.
Tipos
Bullying direto: caracterizado sobretudo pela presença de agressão direta contra a vítima, em especial violência física. É mais comum entre os agressores masculinos.
Bullying indireto: caracterizado principalmente por comportamentos sutis e excludentes, sobretudo por meio de ações psicológicas. Nesse sentido, é mais comum entre mulheres, adolescentes e crianças, causando o isolamento social da vítima.
Cyberbullying: forma mais agressiva e grave de bullying que utiliza as redes sociais e a internet para propagar a violência contra determinado indivíduo ou grupo. Essa modalidade é mais recente e mais perigosa, pois extrapola o ambiente escolar e garante ao agressor o anonimato, além de ser uma forma mais ampliada de ataque, pois ocorre no ambiente digital.
Como identificar o bullying?
Para identificar o bullying, é necessário identificar quem está sendo o alvo. Na maioria das vezes costuma ser uma criança com baixa autoestima, mais retraída na escola ou em casa. Além dos traços psicológicos, os alvos costumam apresentar particularidades físicas. As agressões também podem mirar alvos culturais, étnicos, sexuais e religiosos.
Quais são as características de alguém que está sofrendo bullying
A pessoa que passa por esses episódios de violência, em geral, não relata para seus familiares ou professores, por medo de sofrer mais represálias, mas alguns indícios podem ser notados, como:
- Desinteresse pela escola e pelos estudos;
- Machucados e hematomas constantes;
- Isolamento dos amigos;
- Material escolar e uniforme deteriorados;
- Tristeza e choro sem motivo aparente;
- Baixa autoestima;
- Irritabilidade e agressividade;
- Dores de cabeça ou de barriga constantes.
Como ajudar uma pessoa que está sofrendo bullying?
Converse com a pessoa
Buscar tentar entender o que pode estar acontecendo e reunir informações sobre o dia a dia da pessoa para identificar o problema. Tentando identificar o agressor e como e onde os episódios de agressão estão acontecendo.
Sempre tentando agir com compreensão e empatia durante a conversa, sem tentar culpabilizar a vítima e mostrando que está ao lado dela, passando segurança para que ela possa se abrir. O diálogo e o suporte são as melhores maneiras de se aproximar de quem está passando por esse problema.
Procure a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra infantil
Os episódios de bullying podem ser bastante prejudiciais para a autoestima e autoconfiança da criança, adolescente ou adulto. Além disso, é comum que as intimidações prejudiquem o desempenho escolar do estudante, nos casos de pessoas mais novas e façam com que ele perca a vontade de frequentar o colégio, já que a escola passa a representar um local de medo, vergonha e sofrimento.
O sentimento de desesperança e desespero podem fazer com que a criança não veja como se livrar da perseguição. É comum que muitas desenvolvam problemas emocionais e comportamentais graves e existe o risco de comportamento autodestrutivo como a automutilação e o suicídiol
Para que esse tipo de resposta emocional não afete o desenvolvimento da criança, é importante buscar o apoio de um profissional habilitado que possa ajudar a criança a falar sobre essa violência e desenvolver estratégias de enfrentamento.
Procure a escola
Nos casos onde os episódios acontecem no ambiente escolar, a escola deve ser a principal responsável pelo combate aos episódios de bullying. Entre em contato com o coordenador do colégio e marque uma reunião para discutir o problema, buscar esclarecimentos e estabelecer uma parceria com a escola para solucionar a questão.
Se possível, converse também com os professores da criança ou adolescente. Esses profissionais estão mais perto dos estudantes no dia a dia e podem ter mais conhecimento sobre as situações que a criança ou adolescente vem enfrentando.
A escola precisa ficar muito atenta às situações de bullying. Tanto quem sofre bullying como quem o causa precisa receber cuidados específicos.
Dê orientações para seu filho sobre como reagir
É comum que a vítima de bullying não saiba como reagir e se defender das agressões físicas e verbais. Por essa razão, é necessário que os pais ou responsáveis estejam prontos para apoiar e orientar os filhos para que eles possam superar essa situação.
É importante que a criança ou adolescente não tente reagir às intimidações revidando, ou fazendo o mesmo com outros estudantes para se sentir aceito. Instrua-o a sempre se posicionar e buscar a ajuda de professores, diretores e responsáveis.
Por isso, converse com a criança ou adolescente para, juntos, definirem o que exatamente é o bullying, deixando claro que esse tipo de comportamento é uma violência inaceitável e que não deve fazer parte da vida de ninguém.